12/30/2007

Para o próximo ano vou querer ter-te sempre aqui.
Só.

Pode ser?

12/28/2007

Is the music too loud
Is he eluding the crowd
Does he know how to sing
or it's terribly, terribly me
See that girl over there
Is she trying to get somewhere?
Don't you think she's a thrill?
Or is terribly, terribly me…
See that look in her eyes
Is she thinking that clown should die?
Does he know how to sing
or is terribly, terribly…Why?
Is it so hard to believe in those things that we need and
Why is it so?

Clown - The Gift

12/20/2007

É fácil, fácil, fácil

É fácil gostar de ti, a sério que é... Tens tudo o que uma mulher quer: delicadeza, sensibilidade, um coração a transbordar do peito, uma voz que intimida, umas mãos que comprometem. És o que quiserem que tu sejas. E não pode ser...
É fácil olhar para ti, ver-te sorrir e sorrir também. Contagias. Invades qualquer coisa, e nunca mais de lá sais.
É fácil perceber do que gostas. Gostas de música, de música e de música... Gostas de arte pop, de animais, de ver filmes e ficar a vê-los sem nada a impedir. Mas não suportas romances, emoções e futebol. Marcas pela diferença nisso...
É fácil...é tão fácil agarrar-te. Basta uma pausa qualquer, no meio de uma conversa calada. Ficas confuso, disfarças...e já está!
É fácil perceber os teus defeitos. Só se precisa de tempo. És meigo demais, és comodista porque achas que ser móvel é futuro...não é meu amor, não é! És o modelo do bom cidadão... funcionas como os médicos de clinica geral, sabes? percebem de tudo um pouco, mas nada em concreto.

Mas acredita que também é fácil perceber quando erramos, e irmos à luta porque alguém está prestes a deixar-nos. E não me peças desenhos para isto... nunca fui boa a desenhar. Sou melhor a gostar de ti, e mais fácil é pensar que um dia não gostei.


É tudo tão fácil meu amor, tão fácil...

12/01/2007

Nuno e Fernando Pessoa - Leitura

Volto aqui inspirada pelo Nuno, que me põe a pensar na menina inexperiente que sou , quando leio os seus preciosos e complicados desabafos. É artista...basta sê-lo para que tudo o que faz seja complicado...o preciosismo são os outros que lho dão. Mas aquela batalha constante com um "tu", com uma idade de quem nasceu em 77 e se sente sozinho porque...é artista, deixa-me de queixo caído e coração pequenino, e não gosto disso.
Hoje fui a Lisboa. Não sei se lá quero voltar tão cedo. Que inspira, inspira! Se lá passasse um ano, talvez saissem uns livros e duas curtas-metragens meio forçadas da minha cabeça. Há muito por onde escolher...muitas caras tristes, muitas crianças em apreciação de tudo menos do seu mundo, muitas menininhas de 20 anos...oh! de 14? Hum...de 14 então. (Já não sei distinguir idades).
Gostava de levar-te lá um dia destes... talvez nem gostasses, mas iamos. Ver o quê? Tudo. Ou então nada. Ficavamos fechados em casa a afogarmo-nos em filmes bons e maus. Sinceramente, não pensei muito em ti quando andava a viajar pelo meio das carentonhas estranhas dos lisboetas. Acho que nem pensei em nada em concreto... Só tive saudades tuas numa ou outra paragem para recordar não sei o quê. Ando assim...não sei porquê. Talvez por andar a estudar demasiado Fernando Pessoa (um frustrado que me enerva por ter quase sempre razão!).
Ando a apoiar-me muito no que leio. O que sinto fica um pouco de lado. É mau...tão mau como os filmes que poderiamos ver em Lisboa. Mas continuo a gostar de tudo. De ti, de ti e de ti. De acordar cedo ao fim-de-semana e tarde em dias úteis, de adormecer e pensar no que quero, a imaginar tudo ao pormenor. De ouvir música e não saber a letra. Só não gosto de saber que tanto tu como eu, temos muita vontade em acomodarmo-nos e nem sequer levantar o cú para ir seja onde for...a Lisboa, que seja! Nem ao fim da rua vamos, mas que se lixe.
Até lá, cresço a ler o que o Nuno não diz e o que Fernando Pessoa não fazia ideia do que escrevia... e não te admires do que possa sair daqui.

11/25/2007

Carpe Diem

Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.

Porque tão longe ir pôr o que está perto –
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.

Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.


Ricardo Reis



Fenomenal...

11/16/2007

Ser-me-às suave à memória

11/04/2007

O acordar

o MELHOR acordar...

11/01/2007

E repito...

you know I need you there

10/31/2007

Reflexão 645

Não me apetece sentir.
Hoje tirei o dia para contrariar tudo e não me apetece, de facto, sentir.
Não quero sentir que gosto de gostar, nem quero sentir de quem gosto...não me apetece!
Quando ouço 645, de The Gift, parece que uma valente rajada de razão desata a dar-me pares de estalos de enfiada, e exige que vá atrás do...sentimento.
Sentimento?
Oh...hoje não me apetece sentir.

645

Wanna tell you I love you cause I really do
Wanna give you the answers if you ask me to
Wanna leave your door for the last time
Wanna leave you floor for the first time

Leave the boys, leave the girls, leave it all behind
Trust your dreams and your thoughts it's a matter of time
Running right, running left, just don't look back
Take the trip as your first step

cause the tears that we waste they will make us grow
Why do you keep to repeat, then answer this song

forgive me
forgive me
forgive me
forgive me

cause you know I need you there

You know why
I tried to be simple
I tried a lie,cause everything's perfect from there
You know I need you there

Why don't we try
To break all our rules and forget the lies
Cause everything's perfect from there
You know I need you there

10/28/2007

Há amores...e amores.

O que te destingue de tudo o que mais amo na vida, é que o que existe para além de ti é pequeno...muito pequeno.

Obrigada pela grandeza.

10/19/2007

Fingindo-me homem

Fui ter com ela, como previsto, ao café do costume.
Cumprimentei-a. sorriu. Comecei a falar, porque sempre me deu para isso. para falar.
Falar sobre o tempo, os últimos dias, sobre mim e sobre ela.
Ela estava meio distante. mas as mulheres são estranhas por natureza. Não liguei.
Sorri. Puxei e ela cedeu. Gosto quando uma mulher cede. Sinto-me mais forte.
Pensei: Mais dois dedos de conversa e está no papo.Bingo.
Disse-lhe que ficava bonita com aquela camisa (não me lembro qual era, não liguei a isso) e ela rendeu-se a mim, tal como eu gosto.
As mulheres são mais fáceis do que se pensa. Adoram elogios e babam-se se dizemos que temos saudades delas.
Saímos do café e fomos até à baixa da cidade. Riu-se de todas as piadas que disse e passada meia hora dei-lhe um beijo. Não foi grande coisa, mas para primeiro beijo não esteve nada mal.
Quis logo andar de mão dada. Tudo bem. A minha mulher está de viagem e só volta para o final do mês. Ninguém me conhece na zona, e as putas com quem ando são brasileiras e têm medo de serem denunciadas. Chantagem. Nada melhor que isso. Piam alto, baixa-se-lhes o volume com uma ameaça e até nos fazem um desconto na próxima encomenda.

Perdi o raciocínio...

Sim, andámos de mão dada. Mas bastou ela dizer que morava perto dali para, em menos de vinte minutos, vê-la nua em cima de mim. Que corpo... diferente. Um peito bonito, mas uma estrutura física não de diva...mas tinha sensualidade. Deu para duas horas de loucura. Nem pensei na minha mulher. Não me afecta. Ela deu luta. Nunca tinha estado com uma mulher assim. Claro que valeu a pena conhecê-la antes, e vê-la depois sem aqueles fatos inteiros, com decotes que me deixam louco.

No fim de tudo, quando ela estava deitada a olhar para o tecto e eu a fumar um cigarro, perguntou-me "E agora?". Odeio estas perguntas curtas e perigosas.
Ela não era uma puta brasileira...era minha advogada. Agora quem piava baixinho era eu, se não me calasse.

"Agora..." disse eu enquanto apagava o resto do cigarro e ela se levantava da cama e se vestia
"Ok. Veste-te e pisgas-te daqui para fora."

Mudou completamente. Parecia fria.

"Calma gaja..."
"WOW...calminha meu menino. Como eu te pus nu nesta cama, também te ponho atrás das grades."

Feras! Mulheres destas são divas. Boas que nem milho.
Mas na... Tenho um mundo inteiro para ver e muita brasileira a implorar por mim.
Mulheres? O que há de mais fácil?

10/11/2007

Avó, não ficaste.

Foste-te embora na segunda-feira, às 6 da manhã.
Tinha planeado ir ter contigo à noite, para te dar um beijo cheio de saudade e mostrar-te o sorriso que sempre existe ao teu lado.
Não esperaste, e eu devia estar zangada contigo. Mas não consigo. Quem sou eu para me dar a isso? Fui egoísta, fugi de tanta coisa... e não vim a tempo. Como te tinha dito há uns dias, aqui mesmo, no meio das palavras, ainda havia muita coisa para ver-mos as duas...
Confesso que me entristece saber que não vais comigo ver a minha casa, nem vais dar-me um beijo no dia do meu casamento, por veres que a tua menina cresceu, é mulher, e ama alguém que fará com que as tuas raízes continuem por aqui, neste mundo injusto e sujo. Gostava de acreditar que estás a olhar para mim... lá no fundo, sei que estás, mas ando demasiado racional para acreditar no mais óbvio. Desculpa se alguma vez te fiz chorar, se alguma vez fui egoísta e não fui ter contigo porque tinhas saudades minhas.
Guardarei cada palavra tua, cada sorriso e expressão que mostraste.
Obrigada pela mulher que foste.

Sinceramente, ainda penso que é mentira, e vou chegar a tua casa e ver-te de avental posto e a dizeres: Olha, a minha Anita!!

10/07/2007

croco croco

Acordar de mau humor é do pior que por aí há. E nós, mulheres, somos diariamente confrontadas com isso, com piadinhas de stand up. Somos mulheres, ok?
Também não gozamos com os homens que passam hora e meia à frente de uma tv a ralhar com uma televisão, e a dizer palavrões. Se fossemos comparar qual dos dois seres o mais estranho... empatariamos?! Ha ha ha. "quinje a jero" como diria o gatinho ferorento.

Mas estou de mau humor, sim. E a primeira pessoa que me fala nestas alturas olha-me como se fosse um crocodilo "Olhaa! Um crocodiloo! - pausa. confronto com o mau humor. sorri e de olhos pequeninos abre a boca e diz: Ok bichinho lindo... vou já já já embora (dá meia volta e ptxuum! foi-se)"

Não tenho a culpa. Acordei assim porque odeio pensar no que desejo mais que tudo, e as coisas não viremna altura certa (aliás, nem certa nem errada. Não vêm). E fico fudida quando me vêm com conversinhas:
"-Bom diaaaa!
-Bom dia.
-Dormiste bem?
-Não.
-Oh, entãããão? (o "entãããão tem que ser prelongado e dito como uma musica infantil)
-Então o quê?
-Porque é que não dormiste bem?
-Porque não.
-Mas dormiste mal?
-(silêncio.)
-Mas dormiste mal porquê?
-Sei lá.
-Mas porque é que dormiste mal?
-Oh c*r*lh*, PORQUE ME APETECEU!
-Pronto, também não precisas falar assim...
- (silêncio)
-Mas diz lá... dormiste mesmo mal?"


Há dias em que me dava um jeitão ser crocodilo.

10/04/2007

É contigo que eu quero ficar. É, e só mudo de ideias se deixar de ser eu.
Pareço uma mulher embebida em paixão, mas não, sou sincera e esponho-te o meu coração nú de tudo o que o vestia.
Quero-te a ti, não por estar apaixonada.
Não estou, e é isso que gosto em nós. Não estamos apaixonados...estamos felizes!
Não me sufocas de desejo, sufocas-me de racionalização.
Quero-te comigo porque me fazes sentir bem, bonita.
Fazes-me sentir mulher!
E quero-te porque quero passear contigo, quero desabafar contigo, quero rir e chorar ao teu lado.
Quero discutir contigo, dizer-te que odeio os teus defeitos mas adoro o teu feitio de homem-criança!
Quero cometer a loucura de viajar sem destino, numa manhã em que acordes e me ligues a perguntar o que vou fazer.
Quero partir qualquer coisa à tua frente quando gritarmos um com o outro, e quero agarrar-te a seguir e abraçar-te.

E quero, quero, quero...

Quero ser tua mulher, tua amiga, tua confidente.
Quero aprender contigo o que nunca ninguém me conseguiu explicar.
Quero descobrir coisas novas contigo.
Quero viajar contigo em Abril, Agosto e Dezembro.
Quero passar fins-de-semana na cama contigo, a comer bolachas Maria e a beber água porque dão sede.
Quero ir a concertos de jazz, rock e música alternativa contigo.
Quero acordar cedo e ir à Fnac comprar o CD do gajo que cantou a música que passou na rádio, na noite anterior.
Quero correr contigo, quero ir visitar a tua família.
Quero ir às compras de Natal contigo.
Quero ler um livro em voz alta para ti.
Quero ver-te a reflectires sobre a tua vida, as tuas indecisões, onde vais falar durante uma hora e eu vou calar e ouvir atentamente.
Quero sair de casa às duas da manhã para te ir buscar e ir contigo a um sítio qualquer, onde se possa ver uma cidade ao longe.

Eu quero-me contigo.

10/03/2007

Avó

Agora sim, sinto que a minha força não te chega. Já a tua, é diariamente distruída por esta escumalha que chora sem causa fixa.
Gostava tanto de te poder contar tudo o que se passa comigo...
Ainda temos muito para viver as duas!
Não vás já avó, por favor!
Tenho que te mostrar o meu coração! Está tão diferente... vais gostar de conhecer as pessoas novas que lá estão.
Tens que ser forte avó! Vamos provar a toda a gente que não existem impossíveis!
És tão grande...maior que todos os que se dizem gigantes. És tanto avó...tanto!
Sempre meiga, sempre sorridente, sempre activa...sempre avó!
Fica, por favor! Eu preciso de ti.
Não te dei o valor que merecias enquanto estavas bem. odeio-me por isso.
Porque é que fui egoísta, e nos dias em que era para te ir ver dizia: não, não me apetece?
PORQUÊ? Podia ter aprendido ainda mais contigo, nesses dias... ao pé de ti, eu ria-me sempre! sempre!!!
Agora quero ver-te, mas tenho medo de não me suportar ainda mais por tudo. Dizem que estás mal... não acredito e cuspo na cara de quem o diz!
Estás rodeada de pessoas que não sabem o que dizem.
Quero-te aqui avó, ao meu lado! Tenho medo de tudo agora e tu proteges-me!
Lembro-me da oração que rezas todas as noites por mim e pelos teus outros netos.
Pedes a Deus para nos livrar dos inimigos do corpo e da alma! Eu peço o mesmo para ti agora e sempre.

Prometo ir ver-te todos os fins-de-semana! Levar-te todas as flores novas que vir à venda nas floristas e ajudar-te a planta-las lá em baixo no teu quintal das flores, ao pé do poço onde vais todos os dias buscar água e onde, ao lado, estão as tuas árvores de fruta que eu sempre disse "não me apetece comer isso" e hoje como todos os dias para me sentir perto de ti.
Quero-te aqui avó! Se não quiseres aqui, vamos para outro sítio. Havemos de nos arranjar. Mas não te vás embora...
Tens a minha casa para ires ver daqui a uns tempos, o teu neto emprestado que há-de ser o pai dos teus bisnetos que te vão amar ainda mais que eu. Tens a minha carreira para ires presenciando de perto, os concertos da minha banda para ires ver na primeira fila! Tens os espectáculos onde eu te quero dedicar todas as músicas que hei-de cantar.
Mas por favor, fica!
Eu amo-te avó!

10/01/2007

Acabou-se o tempo para tudo.

Efeito borracha

Às vezes tenho pena da vida não ser feita de papel.
Poder apagar devagar os pequenos erros,
Apagar com raiva os grandes,
E rasgar os imperdoáveis.

Gostava de marchar um pouco atrás, até ao dia em que o erro apareceu e eu olhei-o de lado.
Se fosse hoje, nem para ele tinha olhado.

Já me perguntaram várias vezes como se consegue, ironicamente, viver com ele.
Não faço ideia...
Penso que, talvez o melhor, seja sorrir! Sempre!
Sorrir porque nos sentimos tristes, sorrir por nos sentirmos fartos, sorrir porque já não nos sentimos sequer.
Quem me dera que a vida fosse feita de papel...
Nem que fosse reciclado. Que desse para rasgar!

Há livros que por mais bonitas que as suas capas sejam, por dentro não se definem...é tanto o vazio... e fazem-nos sentir horríveis, porque até lhes achámos piada (ao título, às cores) e fomos nós gastar dinheiro em vazios? Que gente estúpida...

Cada momento é um livro... cada livro tem a sua capa. Cada capa, pode ser um erro.
Mas a culpa do vazio não é do erro, é de quem o compra.

9/29/2007

Retrospectiva

vamos a isto:
Dia 1: Entusiasmo. Nova semana a bordo... "vamos a isto" pensei.
Dia 2: Cansaço. Há dias que desejávamos intensamente a sua não existência.
Dia 3: Desejo do belo fim-de-semana, ainda não programado.
Dia 4: Relaxante... muito relaxante... e enovador! muito enovador!
Dia 5: Entusiasmo. Fim-de semana à vista...
Hoje: Esbranqueamento das sensações. Não sei o que sinta, mas sei o que desejo...oh se sei.

sinto-me: neutra.
penso em: qualquer coisa...nao sei bem o quê.
oiço: nada...
desejo: tudo.


conclusão da retrospectiva: Os dias demasiadamente desejados, disfarçam-se de criaturas neutras. não nos dizem nada...absolutamente nada.

Sinto-me egoísta e injusta.
Sinto que amanhã já passou.
Desejo que um hoje se repita...mais devagar.

9/23/2007

O hábito não faz nada

Habituei-me a ter espaço para quem viesse
A ter tempo
A saber ouvir...
Habituei-me a isto tudo.
À casa, ao cheiro do corredor, ao barulho.
Habituei-me às pessoas que não suporto, àquelas que não consigo sentir nada a não ser pena...
Habituei-me ao ombro amigo, às contas de quantos são esses ombros, à reflexão...
Habituei-me a ti, a ter-te sempre, sempre aqui.

É...o hábito não faz nada! Nem monges, quanto mais uma boa dose de satisfação.

Posso falar contigo?

Insensível.
É como estou e não quero pensar se fiz bem ou mal.
Hoje em dia, quem tem coração e sente, está num óptimo caminho para ser um frustrado de primeira classe.
Pois bem...menos um!
Problemas com os outros? Resolvam-nos!
Tenho os meus, e ninguém está disposto a chegar tarde a uma merda de uma noitada por mim.
E dantes era:
"-Ana, posso falar contigo?"
Podia pois. Nem importava se eu tinha planos, se tinha tempo, se já estava de saída... e principalmente, se tinha os meus problemas.
Para quê saber isso tudo? Precisava-se, logo, tinha-se! Independentemente de tudo.
E no fim, agradeciam, e a conversa era enterrada a 20 palmos abaixo do chão.
E depois? Depois o quê? Qual depois minha besta?
Não havia depois sequer...
Descarregou-se, pronto!
E a Ana?
Quem? Não conheço...


Que chorem! Faz bem chorar.
Arranjem quem leve com as lágrimas e ranhos em cima!
Arranjem quem seja mais parvo do que si próprios.
Que falem mal de quem quiserem...de mim até!
A anestesia foi forte. Graças a Deus a anestesia foi forte!
Que piquem, façam o que quiserem...
Não me importa.

"-Ana, posso falar contigo?"
Não. Estou de saída!

9/22/2007

Quero

Quero uma noite inteira a sorrir.
Outra noite passada a pensar
E outra a insistir
Contigo
Comigo
E com ninguém.
Quero um carro pequeno para as cidades
Outro grande para sair daqui
E outro maior para infidelidades
Minhas
Tuas
E de mais alguém.
Quero uma casa só para mim
Outra para vivermos os dois
E outra para nunca estar... enfim
Com gente
Contente
Que nunca vem.
Quero...
Pensando melhor....não quero nada.

Não era pedir muito

Não era pedir muito.
Só queria ter-te, só isso!
Não sei como é, nem sei tão pouco como seria se te tivesse.
Talvez fosse pior, porque sim.
Talvez seja melhor assim...porque, não sei.
Mas queria.
Ter-te apenas.
Nem peço a tua vida, o teu mundo...
Tenho o meu.
Podia ser teu, sim, se te tivesse.
Não peço para que me tenhas sempre, que te cases comigo...
Não precisamos de casamento.
Somos mais do que duas alianças...
Somos duas crianças
Autenticas crianças....
Nem uma, nem outra sabe o que quer
Gostam de experimentar, de olhar e perceber tudo.
Não peço que vivas comigo
Não sei como seria... mas imagino.
Não sei tão pouco como és.

Não sei, e não me deixam saber.

9/20/2007

Lembraste?

Lembraste quando tudo mas tudo conseguia ser assustadoramente perfeito?
Era óptimo, não era?
Quando te dizia: Não pode ser assim. É impossível!
E tu me respondias, com a tua mão no meu ombro: Claro que é possível. Claro que sim!

Lembraste quando iamos fugir para perto de nós, e tu sorrias sempre?
Era fabuloso, oh se era...
E eu dizia baixinho: Não podes ser assim. É impossível!
E tu, com uma voz baixa e acolhedora, dizias: Claro que é possível. Claro que sim!

Lembraste quando eu e tu, sem querer, falávamos de nós?
Era fantástico.
E eu dizia: Tens a certeza? Tu estás a sentir o que dizes? É impossível!
E tu não respondias... dizias "sim" com a cabeça. E eu traduzia: Claro que é possível. Claro que sim!

Lembraste quando estava triste e tu conseguias fazer-me sorrir?
Era tão bom.
Eu chorava: É impossível!
E tu sorrias: Claro que é possível. Claro que sim!

Lembraste quando te foste embora e eu fiquei estática,inconsciente, a ver-te?
Diz-me tu como foi.
Implorei: Por favor, não vás. É possível ficares!
E tu não me disseste nada.

E foste.

9/19/2007

Contigo aprendi

Dedico-te a ti o tempo que irei escrever qualquer coisa sobre o que aprendi contigo.

Sabes, quando estavas aqui por perto e as horas que passámos a rir de qualquer coisa que achávamos ser inferior a nós, sentia-me como se me tivessem metido dentro de uma estufa de bem estar, onde não era preciso comida nem água, nem cuidados exagerados para te agradar.
As pessoas passavam pertinho de nós, lá fora, e nós continuávamos na mesma, como se não as vissemos. Não importava o tempo, o espaço, a paciência que se tinha para o resto. Não havia nada disso. O que havia era eu, tu e o espaço que nunca cheguei a entender se existia ou não.
Não senti nunca qualquer tipo de calor ou frio. Temperatura? Não existia. Eramos uns sacanas, insensíveis a tudo, tudo, tudo... excepto às horas. Não sei qual dos dois era o culpado pelo relógio ter a lata de deixar o tempo correr sem esperar por nada. Sabíamos que não iríamos estar assim por muito mais tempo (tu sabias, não sabias?), mas ocupámo-nos muito a fazer nada.

E agora, que já não estou contigo ao meu lado, a ver-me pestanejar e a olhar para ti sem ter vontade de falar porque "-As palavras não existem. És maior que elas...", penso no que aprendi contigo, mesmo que parados, quietos, mas bem.
E contigo aprendi tanta coisa... A estar calada, a ouvir-te calado, a saber sentir-te e a sentires-me. Aprendi a saber agarrar o tempo com as duas mãos e a devorá-lo, como seres medievais, sem pedirem licença para o fazerem. Aprendi também que nada faz sentido se o sentido natural de tudo não existir.

Mas gosto de te ter na minha vida. E isso aprendi sozinha.

9/13/2007

Mais uma vez tinhamos razão.

Não, não é uma forma de dar nas vistas e muito menos uma ideia de que se é melhor que alguém.
Existe, tem-se, usa-se e abusa-se do dito cujo. SEXTO SENTIDO!

Porquê de escrever sobre isto?
Peço desculpa... sendo mulher, sendo viva, sendo sensível, sendo apaixonada, penso que tenho os requisitos necessários para poder dar-me ao luxo/trabalho.

Existe, repito. E raramente engana quem o tem...
Ainda duvidei dele, confesso! (arrependo-me)
Mas quando menos se espera, e quando toda a gente nos diz:
- Não digas essas coisas.
- Não digo? Já viste bem as coisas?
- Por favor... estás a exagerar! Pensa bem no que dizes...
- Exagerar? Isto é óbvio!
- Cala-te, a sério.

Lá vem a maior bofetada, que como digo sempre, "é dada com uma mão maior que a nossa cara".
E ficamos nós, ainda a recuperar do choque, sem violência física, mas que deixa o peito cheio de nódoas negras de decepção.

E mais uma vez, tinhamos razão... imaginámos não ter (para nosso bem!) porque pensámos que sim, poderiamos estar a exagerar; sim, poderiamos fazer melhor figura caladas porque a insegurança não era pequena e a instabilidade poderia ir pelo mesmo caminho.
Mas é um facto : o coração quando fala, não é baixo... Grita!
Talvez nem seja ele que fala...talvez seja o tal sexto sentido, que o faz agir de maneira pouco comum.
Mas mais uma vez...tinhamos razão.

9/11/2007

Vai uma aposta?

"Tentei chorar e não consegui."
Porquê?
Não sei...

Alguém mais já sentiu isso?
De certo que sim.
Aliás, aposto que sim.

Aposto também que não há nada pior que nos sentirmos pior que tudo o que de pior existe neste mundo que cada dia pior que passa é pior que todos os outros. Pior que isso? Só piorando o que se tem...

Aposto que não sou a única a ter saudades do que nunca teve;
a querer ter o que sabe bem que não existe...mas insiste em sonhar, ainda assim.

Aposto, mas aposto mesmo, que toda a gente que já amou, já sofreu.
Aposto que já houve quem julgasse amar, mas não amou;
Quem quisesse sorrir, e chorou;
Quem acreditasse que tudo iria melhorar, e piorou.


Aposto que toda a gente não gosta de um "alguém".
Aposto que toda a gente já falou mal de...alguém.
Aposto que alguém já odiou toda a gente...


Aposto qualquer coisa, aposto-me a mim mesma, que não há ninguém que nunca tenha sentido saudades, porque um dia foi muito, muito feliz.

Eu fui. E não aposto o que vivi.

9/09/2007

O que pesa mais?

O que penso ou o que vejo?
O que me dás ou o que quero ter?
O que sinto ou o que não sei sentir?
Pesa mais um bom momento ou um momento bom?
Uma palavra tua ou o teu silêncio?
A minha voz ou o meu toque?
O teu chegar ou a minha ausência?
Pesa mais a nossa alegria ou a satisfação?
A sedução ou a franqueza?
O coração aberto ou o que o pode fechar?
O meu corpo ou o teu desejo?
Pesa mais uma conversa ou uma reflexão individual?
Um beijo ou um "não...é melhor não" ?
A minha boca ou outras mãos?
O que sentes ou o que te colam aos olhos?
O que pesa mais?O Mundo ou nós?

9/08/2007

Acusada de ser sufocante
Inoperante, um perigo latente
Deixei de tentar, parei de lutar
Entreguei o lugar a alguém mais constante
Acusada de ser diletante
Um pouco irritante
Um mau carburante
Deixei de falar, deixei de deixar
Doravante
, devorante
Não consigo ficar à espera
Não consigo controlar, sou sincera
És como um donut que eu trinco e saboreio
Que se cola aos dedos e que por isso deixo a meio
Faço um risco no teu carro
E nele sinto agora o passar das horas
Acusada de ser indiferente
De não estar presente, querer ser diferente
Deixei de falar, deixei de mostrar
Aquilo que eu era não é aquilo que eu sou
Tanto suspense, fui bater de frente
Acabou-se a figura de corpo presente
Fiquei sem norte diz ó má sorte
Agora eu sou forte, feri-te de morte

Eu sei que sou mais e que posso ser mais
letra "Dó nut" dos MESA

9/07/2007

c r a z y


Já faltou mais para que todos nós, um dia destes, sejamos iguaizinhos à criatura acima. Loucos, ranhosos, feios...

O mundo virou um manicómio global...só não sei onde fica a saída.

9/04/2007

Balanço

Vejamos...




Está visto.
Next...

9/02/2007

When your loving me, I'm loving you

I love your prowess in the things that you do

Come on, get crazy with me...

8/30/2007

tell me who made these rules
obviously not you.

first i'm perfect, then i'm lazy .


Paolo Nutini - Jenny don't be hasty

8/28/2007

8/24/2007

E se...

Hum?
E se... ?
Assim, de repente?!
E se... mesmo estando à espera?
Se vai doer?
vai...se...

Só "se"s... o ruido que se ouve faz-me sentir meio estranha, e sentir comichão na garganta.

Ser mulher custa... se custa!!

ZzBuuuuf!

Se não vem bomba do lado direito, vem do esquerdo!
e esta acertou em cheio no maxilar, que faz com que não tenha fome de energia.

Mas há sempre algo que nos aconchega... Há!

8/23/2007

Há qualquer coisa, eu sei que há.
Não sei o quê em concreto, não sei quem a trouxe e nem quero saber a sua causa.

Há qualquer coisa, há sim!
Mas que haja...não me ralo.

Estou bem.

8/21/2007

Quero ser...

Quero ser telefonista, para me irritar ao ouvir o tocar do telefone excitado.
Quero ser pianista... não sei porquê.
Quero ser actriz para fugir de mim e regressar com saudades minhas.
Quero ser fatalista...também não sei porquê.
Quero ser comediante para fazer rir o super ego.
Quero ser egoísta...sei porquê, mas não digo!
Quero ser mais qualquer coisa, porque me apetece sê-la!
Quero ser outra coisa totalmente diferente...não sei porquê, mas quero.

Quero ser,sim!
Se quero dizer?
Seria um prazer....
Seria...
Mas não o farei.
Faz doer a pulsação só de pensar em sê-lo.
Não, não direi.
Mas serei... serei sim!

Quero ser eu mesma porque... é a única coisa que posso ser.

8/20/2007

"Tudo muda, tudo passa, tudo tem o seu avesso"

Diz Rui Veloso cheio de razão.
Hoje apetece-me escrever apenas que estou feliz... não quero textos com personagens românticas, não quero diálogos imaginários...

É estranho como em tão pouco tempo, as coisas ganham novos significados e nós ganhamos novos sentimentos. Gosto disso, apesar do nó que me faz no cérebro por tentar entender e não conseguir.

Estou mesmo mesmo mesmo feliz!
A vida corre bem, os dias passam e a vontade de querer que não acabem (como hoje) é sempre maior. Mas sim, vamos dar oportunidades aos dias seguintes...se forem como estes, então que venham!
Cá estarei, feliz, a vivê-los!

8/19/2007

70ª postagem

70ª postagem e parece ser das primeiras que fiz nos meus outros blogs já falecidos...
A idade é outra, as pessoas são outras, mas as histórias repetem-se.
Não há quem entenda.

Vou só ali marcar bilhete para a viagem de ida para A-terra-onde-se-consegue-estar-bem!

8/17/2007

A pequenez

Tenho dado conta do quão ridicula uma vida consegue ser, quando posta ao lado de outra bem mais vivida e maior. e sinto-me pequena por isso...
Pequena, estúpida, egoísta...

Às vezes torna-se complicado conseguir segurar a máscara de mulher forte e mostrar um sorriso enorme, abraçado a um "está tudo bem", quando não está, e a máscara se vai descolando graças às lágrimas que por mais travadas que sejam, caiem.
Mas aguenta-se. Arranja-se força não sei bem onde, e não se vai abaixo!

Ouvi por acaso esta música, e fez-me perceber o quão insignificantes conseguimos ser.
Sinceramente, apetece-me imprimi-la em milhares de folhas e espalha-la pela casa, para me sentir cada vez mais dentro dela...

João Pedro Pais e Mafalda Veiga - Paciência

"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára(a vida não pára não)

Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára(a vida não pára não…a vida não pára)"

Puta de vida, quem te vai foder sou eu!

8/15/2007

Be strong

Há momentos na nossa vida em que nos sentimos bem pequenos, inúteis, não merecedores do que se tem.
Gostava de dar um tudo agora, não preciso dele.

Só quero que tudo passe.
Força avó!

8/13/2007

Sinto-me... eu.

Há dias que desejávamos que não acabassem.
Hoje foi um desses dias.
Sinto-me bem.
Faço uma pequena análise de tudo o que mudou, das pessoas que conhecia e já não conheço, das pessoas que entraram na minha vida e me enchem de bem estar e gargalhadas.
É bom quando a vida começa a mudar a olhos vistos. Gosto disso.
Há muito para mudar ainda, claro que há.
Há sempre qualquer ideia que se cola às paredes do cérebro e teima em nos comandar ao longo dos dias, e nos impede de seguirmos o que sempre quisemos.
É confuso, eu sei.
Mas não me apetece explicar o porquê. Prefiro ficar aqui, com uma chávena de café já frio a olhar para mim e a pensar "és mesmo parvinha..." enquanto aperto as mãos e imploro para que o que mais quero se torne real em breve.
O que é?
Hum, não digo. Estou demasiado preguiçosa para o contar.

Sinto-me bem, repito.
Gosto mesmo de dizer e pensá-lo.


Sinto-me eu!


(obrigada Pedro e Sara)

8/12/2007

Posso gostar de ti?

-Posso gostar de ti?
-Agora?
-Sim.
-Não. achas que isso interessa?
-Desculpa? o quê?
-Não, por amor de Deus.
-O que é que te custa?
-Nada, mas confunde-me.
-Porquê?
-Sei lá...
-Queres pensar?
-Sim.



-Já pensaste?
-Já.
-Posso gostar de ti?
-Podes.

...e a tarde acabava.

Ela estava feliz, sorridente como sempre, mas desta vez o seu sorriso era verdadeiro. Talvez porque não era o seu rosto que sorria, mas sim os seus olhos que funcionavam como reflectores do interior cardíaco a rebentar de bem estar.
É...sentia-se bem. Corria pela casa um ar fresco e enamoradamente não assumído que lhe provocava cada vez mais ansiedade.
Estava apaixonada, mas não queria mostrá-lo. Então escrevia no espelho embaciado, enquanto saía do banho, um nome cúmplice que lhe arrancava um sorriso. Mas depressa apagava o nome com o dedo indicador e inevitavelmente dava de caras com o tal sorriso que não saía de si.
Em cima da sua cama estava um vestido preto, com cheiro a nervosismo por querer ser visto pelo dono do tal nome e agora do seu pequeno coração.



E ele...
Bem, ele também estava feliz. Sempre sério, mas com um olhar de adolescente apaixonado que por mais que quisesse não podia evitá-lo.
Sentia-se estranho.
Nunca se tinha apaixonado antes, a não ser pela sua própria tia de vinte e três, durante os seus nove anos de vivências infantis.
Vestiu-se como sempre: calça de ganga, camisa simples, sapatilhas a condizer, e dois relógios, um em cada pulso, para marcar pela diferença.
"há quem não use nenhum e é parvo. Há quem use um e é vulgar. Eu uso dois, porque sou parvo noutras coisas e sou alérgico à vulgaridade" pensava ,enquanto olhava para as horas e via que já se atrasava para o encontro.

Combinaram encontrar-se num café longe da confusão citadina, onde um velho, probre e ignorado por todos dava um concerto à sua porta.
Quando ele chegou, já lá estava ela, sentada, de óculos escuros para poder esconder o desespero de não o ver chegar.
-Posso?
-Claro, claro. Como estás? - perguntava ela, começando a viajar a alta velocidade em direcção à Lua.

Por mais que falassem não se ouviam.
Admiravam-se com a presença um do outro, e isso era o mais importante.
Provavelmente se um perguntasse "-Que horas são?" e o outro respondesse "-Gosto de ouvir jazz enquanto leio" não dariam pela descombinação das falas...

Foi aí que se sentiram grandes. Tão grandes capazes de serem um só corpo a mover todo o mundo exterior.

Não sabiam o que era amar, mas amavam-se.
Não se sabiam sentir, mas sentiam-se.
Não sabiam que horas eram, mas leram-se um ao outro, enquanto o velho tocava jazz e a tarde acabava.

8/05/2007

Café

Lembrei-me de passar por ti esta madrugada e meter conversa contigo.
Desafiar-te a ti que és diferente, e a mim que o sou também.
Devia ser uma conversa caricata, aposto.

"-Olá, então, como estás?
-Bem, e tu?
-Tinha saudades tuas.
-Saudades minhas? Porquê?
-Porque sim.
-Isso não é resposta.
-Não tenho mais nada para sentir.
-És tão complicada de perceber.
-Parece que somos os dois.
-Porquê?"

E não te respondia.
Depois possivelmente iriamos começar a encher o tempo de conversa com palha temática.

"-O que tens feito?
-O habitual.
-Hum...
-E tu?
-O habitual.
-Queres café?
-Não gosto.
-Nem eu."

Estariamos mais de cinco minutos em silêncio, tu com o ar despreocupado de sempre, e eu a vasculhar a memória até encontrar qualquer tema que desse luta às palavras.

"-Ouviste a notícia dos astronautas que foram bêbados para a Lua?
-Problema deles"

E desistia.

"-Bem, está na hora. Amanhã tenho que me levantar cedo.
-Estás de férias.
-Não te levantas cedo nas férias?
-Se for preciso.
-É preciso.
-Vai-te embora então.
-Adeus.
-Até qualquer dia."

Enfiava-me na estrada a pensar na tua frieza. Dava a volta a uma rotunda e voltava atrás.

"-Eu sabia que ias voltar. Queres-me perguntar se tive saudades tuas e se quero ir viver contigo, não é?
-Desculpa, esqueci-me da carteira."

8/04/2007

Tenho saudades daqueles dias em que acordava e a minha única preocupação era fechar os olhos e dormir.

7/27/2007

Exigência

Cada vez mais me apetece fechar o olhos e tapar os ouvidos durante 24 horinhas diárias. só!

e continuo na minha... um modesto t2 na Lua, sem vista para a Terra, hum...que maravilha!!!

7/23/2007

de Mário Cesariny

És mulher?

Sim!

Porquê?

Porque... é útil!

7/22/2007

ontem aconteceu.

Pronto. O "hoje" que falei ontem já aconteceu...
E eu conheço-me bem, bem demais até...
Eu sabia que havia qualquer coisa de diferente, qualquer coisa que ia marcar de uma forma pouco informal.
E aconteceu... vivi o que tinha a viver, e de facto "feliz a 100% só mesmo um pateta feliz"
Estou feliz a 80%.
Ridículo isto e medir a felicidade...
Mas caramba! às vezes uma pessoa não se controla e acaba por cair num redondo ridículo. E aprende, aprende pois!
E eu não fujo à regra. Aprendi.
Sim, ontem aprendi a dar valor a pequenos gestos e sorrisos que marcam pela diferença.
As coisas menos boas, vão lá estar sempre, por mais orações, velinhas e rezas que se façam aos santos, anjos e arcanjos!
O que tem que ser, acontece, apenas...

E ontem aconteceu.

Virar página. Mais histórias hão vir para escrever e recordar...

(obrigada pelo ontem, pessoas da minha vida!!!!)

7/21/2007

Confusion


Pronto, a imagem que retrata na perfeição o que se passa dentro desta cabeça, por vezes esperta, mas outras vezes capaz de tirar uma pessoa do sério (nomeadamente a própria dona).
Ainda ontem falei de um "Amanhã". Engraçado...já se transformou em hoje.
E o que não tem graça nenhuma é o que se sente por isso ter acontecido.
Medo, muito medo...
Segundo a imagem, não se sabe se se há-de parar, avançar, ou abrandar um pouco nunca parando.
Pronto. traduzindo isto para uma linguagem mais prática e quotidianamente minha... não, não me apetece pensar nisso.
Que se lixe.
Estou com um mau humor daqueles, de meter medo ao susto.
Nem me reconheço tão pouco.
Hoje não me vou passar cartão, enquanto eu não estiver no meu estado normal.
Eu que me lixe...
Ninguém me manda estar até tão tarde acordada, e a unica coisa que me dá para fazer é pensar, pois não?
ainda dizem que as mulheres não pensam... o meu problema é pensar demasiado. isso sim!
E todos os barulhinhos me fazem confusão.
os pensamentos confudem-me.
o HOJE confunde-me.
o amanhã então... nem quero pensar.
faltam 10 horas para acabar o dia. veremos.
talvez o sinal amarelo seja o ideal.
vamos lá....

7/20/2007

Um amanhã

Acordei mal disposta.
o que é que isso significa?
exacto. o dia até correu bem.
a paranóia da desistência passou, se bem que a revolta ainda dura. e vai durar, porque já a conheço bem, e sei que ela não vai desistir tão cedo.
Um AMANHÃ vai chegar, lindo como todos os "Amanhãs" como ele.

Se não passar por cá antes (duvido) espero que AMANHÃ por esta hora, esteja a caminho de mais um momento que se destaca por entre outros momentos.

7/18/2007

Sem título

Estes dias nem parecem meus.
Que raio de mundo é este, onde se luta, e a vitória vai sempre parar ao lado?
Nunca pensei ter que desistir do teatro, da música que tanto me faz crescer sempre que subo a um palco e canto com a voz colada à alma...
É bem díficil isto. e nem as referências que vamos tendo ao longo da nossa vida nos servem de corrimão para nos ajudarem a subir.

É sempre assim...sempre ao lado.



Cansei.

7/15/2007

Há dias em que...

Eram 3 e qualquer coisa da manhã de hoje, e estava eu, de sorriso ridículo estampado na cara, a começar um novo projecto teatral. Deu-me luta (e ainda dá, claro!).
ignorei-o por algumas mãos cheias de tempo, mas não podia passar despercebida a isso. Era grande, inquieto.
Assim fiz. meti-me com ele. Sempre gostei de começar algo novo, do zero, no teatro. Faço-o há alguns anos, e nunca percebi bem porquê... é bom, faz-me bem!

Ainda está aqui, esticadíssimo em cima da secretária, como se estivesse a apanhar Sol (que hoje, decidiu ir dar uma volta sabe-se lá por onde), e como se dentro de minutos, fosse levantar a mão e gritar: olhe, se faz favor, é um sumo de laranja natural, sim?!

Rídiculo.

E como o mundo exterior nos muda o espírito... com uma facilidade de olhar para o céu, pisarmo-nos a nós mesmos, e mordiscar-mos os lábios por doer quase nada.

Tinha adormecido com um sorriso sonolento e a cabeça a rebentar de ideias e ideias e ainda mais ideias. Confesso que nunca gostei de ter muitas ideias em tão pouco tempo. Depois de as deitar-mos cá para fora, parece que ficamos desidratados, sei lá...

E acordei bem disposta (isso é logo de desconfiar. Dia que é dia, para mim, começa sempre de mau humor - calma, não sou assim o dia todo. Após 2 minutos de uma pseudo meditação,ainda com os olhos fechados pela força da preguiça, lá me mentalizo que a vida tenta ser bela, e o mau humor aproveita para ir dar música a quem o queira ouvir e não volta até o outro dia chegar).
Assim que saí de casa, a boa disposição começou a enrolar-se de tal forma, que nem parecia a mesma.
Estava armada em parva, só pode. Mas coitada...
E começo a olhar para tudo: carros, bozinas irritantes violentamente tocadas por gente que se baba por boatos de vidas alheias, miúdas que ainda agora se aperceberam que os bebés não vêm de Paris e que já parecem mulheres que deram à luz bebés aos quais contam a mesma história ainda ontem a elas contada, miudos que se autonomeiam "Los machos latinos" e que choram porque partiram os seus ocúlos de sol absolutamente pirosos de 5 euros, pessoas formadas em cursos altamente bem vistos e que lhes fornecem o direito de serem chamados de "senhores doutores/engenheiros/arquitectos/advogados" mas que afinal de contam possuem apenas o mestrado da universidade da cobardia... bla bla bla. vocês sabem estas coisas todas de cor.

e pronto. chego a casa sufocada pelo mundo exterior, e quando pensamos e vamos ao encontro do que nos possa fazer sentir melhor, TOING! outra cabeçada mesmo no meio do peito, para aprender a abrir os olhos e ver que milagres não existem.

enfim...
há dias em que sinto que não devia ter saído da cama.

7/11/2007

Espelho da verdade

Ás vezes é mais fácil
Tentar não pensar.
Mesmo sabendo que não vou sair deste lugar.
Insisto e persisto
Em fugir um pouco de mim.
Voar para outro lado sem nunca sair daqui.

E tudo é tão simples
Não tens que esconder
Aquilo que pensas que os outros querem ver.

Será só sonho? só imaginação?
Será que tenho o meu fado na mão?

Há alturas que é melhor
Deixar a vida rolar
Até que o vento passe
E deixe a poeira assentar.
E de cabeça erguida vou andando por ai.
Espelho da verdade de tudo o que vejo em mim!

E tudo é tão simples
Não tens que esconder
Aquilo que pensas que os outros querem ver.

Será só sonho? só imaginação?
Será que tenho o meu fado na mão?

(by Lupa)
É de lágrimas nos olhos que ouço estas palavras.
O coração quase que explode de tanto ter, e de nada poder fazer.
As saudades matam tanto quanto uma boa dose de veneno de meimendro ou acónito.
Restam as recordações, e um coração cheio de qualquer coisa que me faz sorrir de tanto chorar.

6/22/2007

a mudança

Foi desejada, sonhada, implorada, mas nunca pensada como devia ter sido. Penso que não foi um erro meu...ninguém idealiza e adivinha isso.
Acabou por aparecer, num dia em que eu nem cheguei a perceber que tinha acontecido.
Mas aconteceu:
Os olhos viram o mundo no seu estado mais puro em que deve ser visto (ou não. há muita coisa que ainda dói só de olhar).
Percebi que muito tinha mudado.
Fiquei feliz, orgulhei-me, senti-me bem com a mudança.
O hábito tardava a fazer-se sentir e colado a ele, a aceitação de tudo o que gostava, o que não gostava, de tudo o que de uma forma mais ou menos directa influenciava o meu mundo que, agora, era o mundo dos outros também.

Talvez tenha acontecido depressa demais.
Talvez tenha apenas acontecido porque tinha que aontecer.
Mas não, não vou ser capaz de me desfazer dela só porque as dúvidas surgiram.
Paciência...que continuem a existir. Faz parte de tudo, não é?
Afinal, sábio só Deus, e mesmo assim ainda se interroga sobre o sítio onde meteu as chaves da casa da miséria.

A mudança daqui não sai!

5/05/2007

EZspecial - Alguém como tu

Aqui está o novo trabalho do grupo EZSpecial: Alguém como tu.

São dez temas (um deles meio escondidinho) carregados de talento, de emoção, de histórias que, sem querer, nos fazem pensar um bocado na nossa.
A novidade surge na voz com Orlando Pona, que traz ao mundo dos EZ calor, energia e talento.
E não...não é necessário ser-se um romântico nato para se gostar das novas músicas que estes cinco fantásticos músicos nos dão de mãos abertas. É pedido apenas um pouco de sentimento...apenas! não custa, pois não?
eu sabia que podia contar com vocês!

4/06/2007

L I S B O A

Lembro-me de ti, ainda aqui
Inundando tudo o que nos rodeava
Sem que se soubesse quem nós eramos
Bastava-nos pestanejar e respirar
O ar que nos consumia a despedida
A hora de tu partires...

3/19/2007

Claro que sim!

é... há muito tempo que não me sentia assim, tão bem!
a vida é de facto algo fantástico. tudo muda quando menos se espera.
o passado ficou lá atrás, e o presente está aqui ao meu colo, a ver-me escrever.
está cansado, mas feliz. foi um dia muito agitado para o pequenito.
não está habituado a tantas emoções juntas, e depois exagera no gasto de energia. mas consola a alma vê-lo assim.

para a semana, estarei mais uma vez a viver momentos que me orgulho imenso repeti-los.
vou subir a um palco, vou cantar e ser quem sou!

está na hora de ir deitar o menino Presente. já está a dormir encostado ao meu peito, e já chucha no dedo. Pegou no sono e levou-o para o paraíso dos seus sonhos.
mas o sorriso mantem-se, até a dormir...

3/17/2007

caçador de sóis



Pelo céu às cavalitas
Escondi nos teus caracóis
A estrela mais bonita que eu já vi

Eu cresci com o encanto
De ser caçador de sóis
Eu já corri tanto, tanto, para ti

Fui um príncipe encantado
Montado nos teus joelhos
Um eterno enamorado a valer

Lancelote de algibeira
Mas segui os teus conselhos
Pra voltar à tua beira
E ser o que eu quiser

Os teus olhos foram esperança
Os meus olhos girassóis
Fomos onde a vista alcança
Da nossa janela
Já deixei de ser criança
E tu dormes à lareira
Ainda sinto a minha estrela
Nos teus caracóis


Ala dos Namorados
esta é a música que hoje me tem comovido de uma forma que há muito não acontecia, sinto-me uma criança ao ouvi-la, e imagino-te a ti com o mesmo estado de alma.
e cá continuo eu a cantarolar "os teus olhos foram esperança... la la la" :)

3/10/2007

meu bebe

abri a caixa do correiro : um grande envelope.
no canto superior direito dizia: Honda CR-V
apaixonei-me por ele, à primeira vista. parece-me ser um amor para uma vida inteira.

meu bebe! x)

3/04/2007

O passado, O presente e mais qualquer coisa

há muito que nao te escrevo. já lá vão uns dias, não é verdade?
mas não aconteceu muita coisa de diferente:
ri, chorei, abracei e discuti também.
é. Tudo com a mesma normalidade de sempre, à excepção do teu brilho que aumenta a cada hora que passa.
sabes, durante esta última semana que passou pensei a sério no meu futuro e em tudo o que realmente queria. tenho os objectivos muito bem organizados, as forças vão-se armazenando (não vá ser preciso usar uma força extra para superar uma muralha mais alta que o normal, não é?), e a certeza de cada objectivo torna-se mais forte todas as manhãs.

sabes o que me disseram? que a vida começa a ganhar sentido após a primeira grande queda. e não é que é verdade? já viste o que aconteceu depois de eu ter caído?
magoei-me
chorei
gritei
hesitei
reagi
esqueci
ponderei
facilitei

quando me viste, já levantada e com a camisa ainda suja do chão onde tinha caído, estranhaste tudo. e eu estranhei a tua presença.

ao olhares para mim, perguntaste : o que queres fazer agora?
eu respondi-te: eu? quero viver!
riste-te de mim. ri-me de mim também.

hoje, vamos vivendo juntos, sem que se saiba da nossa vivência. o Presente está aqui, a estudar o que quer ser quando for grande. o passado fez as malas e fugiu. de vez em quando lá volta a aparecer, mas é só para vir buscar umas tralhas velhas que tinha cá deixado.
há mais qualquer coisa. há o futuro. e esse, é nosso! só nosso minha estrela.

2/20/2007

Ouvi dizer

ouvi dizer que brilhaste e não foi pouco.
agora, para grande desassossego meu, vais brilhar todas as noites em que te chamaram Estrela.
estou tramada...
está longe o dia em que te vou ver brilhar só para mim.

2/06/2007

Hás-de brilhar!


está quase minha estrelinha! está quase...

já falta pouco para brilhares como nunca!

eu estarei aqui, longe de ti, mas a torcer para que ofusques as pessoas com tanto brilho teu!

vais brilhar tanto...mas tanto!

tenho pedido a Deus, tudo o que desejas! assim, se forem 2 corpos a implorar o mesmo, talvez as coisas resultem ainda melhor!


estou mais anciosa que crianças às 11:59 da noite de 24 de Dezembro!

vou estar sossegada, calada e de olhos bem fechados, a imaginar cada passo teu, cada palavra tua.


1/25/2007

cansaço

Sem título, sem imagem, sem agitação da calma!

Há dias em que me apetece ficar debaixo dos cobertores fartos dos meus sonhos.
ando cansada... a cabeça parece querer rebentar e sujar a almofada de confusões.

a ausência de um todo que se quer tornar em nada, quando algo permanece em muito pouco, magoa...
como se esfregasse a ponta de uma agulha entre os meus dedos e tivesse que escrever os direitos dos sentimentalistas à mão, nas minhas próprias costas.

nada se relaciona a nada. vidas que se cruzam com a minha, e que sem perceber porquê trocam tudo o que de arrumado há na arrecadação da minha memória.


preciso de tudo... mas só quero um nada!

1/15/2007

esquecimento (uma desculpa esfarrapada)

se dissesse que nunca mais cá vim, por esquecimento, estaria a iludir sei lá quem...
não vou inventar.
não tenho escrito, porque a vida quotidiana não o permite.

o ano começou há 15 dias...
muitas promessas, muitos desejos... mas luta, nenhuma!


vamos lá ver como isto corre.