12/23/2006

Dizem que chegou o Natal...

já ouvi por aí uns rumores que já chegou o Natal...
de facto havia um novo cheirinho no ar!
já me vieram parar às mãos uns embrulhos. abro-os, fixo-os, e agradeço às pessoas que mos deram! dizem que não devia abrir antes da meia noite de 24! que estupidez... a magia do Natal não altera nada...não existe magia!

e anda tudo com um sorriso ridículo. pessoas que não vejo há mais de meio ano, chegam-se ao pé de mim e dizem: FELIZ NATAAL! MUITAS PRENDAS!
(alguém lhes perguntou alguma coisa?)

e porque é que é só nesta época que as pessoas se lembram de pôr a aureola a arejar para sair aquele cheiro a naftalina, de estar tanto tempo guardada durante o ano quase inteiro?
porque é que é sempre a mesma pergunta a ser feita? "e o que vais pedir ao Pai Natal?"
o mais giro, é quando a noite da consoada chega, e alguém diz:
"olha, o Pai natal não pode vir, porque existem meninos que precisam de mais presentinhos que tu"
ou então
"o Pai Natal deixou isto aqui, para ti. mas foi-se embora porque ainda tinha muitos presentes para oferecer"
nem me atrevo a comentar estas típicas desculpas natalícias!

é demasiado irónico ver tanta bondade nesta altura, e chegar a dia 26 com a única preocupação: "que fato hei-de comprar para a passagem de ano?"
ou
"e que maquilhagem está na moda? "
ou entao
"quais são os sítios mais IN do momento para passarmos a noite?"
e eu pergunto: então? e a bondade? já acabou? foram só aqueles dias? agora só volta para o ano, não é?
nunca vi tanta ironia junta...
e agora, com os olhos a abrirem-se bem devagar para ver o Mundo tal como ele é, melhor se percebe a miséria de Mundo que temos.

se o Pai Natal existe, aqui vai o meu pedido:

experimenta lá sair da tua casinha durante o ano, para ires meter pão na boca dos milhares de crianças que morrem de fome! custa muito, não custa?


enfim...
e para não parecer mal educada: Feliz Natal para todos!

12/17/2006

e aconteceu

e assim foi!
uma noite memorável que nunca mais voltarei a passar!
todos os nervos, o formigueiro no estômago, tudo fez sentido!
um muito obrigada a todos os que estiveram presentes naquele pequeno mas tão grande auditório!
sem vocês, não havia magia!

Muito obrigada!

12/10/2006

artista


o grande dia caminha a passos largos.
eu bem lhe digo: vai com calma! ainda tropeças e acabas por te magoar sem necessidade nenhuma!
não me dá ouvidos...
é tão teimoso!
vejo-o sorridente, a correr de braços abertos e a dizer: abraça-te a mim! confia nas tábuas velhas, nos camarins e nos camarotes! confia nas luzes e nas cadeiras onde se sentará aquele grupo de pessoas que não vai parar de olhar para o que tens vestido, e de certo que não ouvirá nada do que dizes, caso não desvies a sua atenção para as palavras que vais gritar enquando desejas água para adoçar a garganta!

arrepio-me a cada momento que piso aquelas velhas tábuas, já cheias de tinta e vernizes para parecerem jovens, mas que na verdade, já se sentem incapazes de sugar aplausos dispersos.
(coitadas...)

e os camarins, que servem de refugio para os verdadeiros artistas, mesmo com teias de baixo das mesas, e três luzes fundidas dos espelhos, continuam a ter o mesmo encanto para mim!
são aquelas quatro paredes que levam com os nervos de estreia, a pontapés e murros! mesmo assim, conseguem fazer milagres a cada traço de maquilhagem que faço.

os camarotes e as plateias...bem, esses continuam a fazer-me sentir exageradamente alguem quando as luzes se enfiam pelos meus olhos dentro, e não os consigo ver!
até o veludo que tapa o que de mais misterioso existe num palco, tem o mesmo encanto a cada dia de espectáculo.
enfim...
se amar cada centimetro de palco, de plateia é ser artista, então digo e grito bem alto que é isso que sou: ARTISTA!

12/02/2006

Almofada

o tempo nem sempre nos permite gritar quando queremos. anda sempre a perseguir-nos.
consegui fugir dele. cá vai o grito:

Fizeste de minha almofada, esta noite.
fechava os olhos e conseguia sentir o teu cheiro, aquele formigueiro resultado de passados que (reparo agora) nunca foram meus. sonhei com cenários que nunca tinha visto, mas que ficavam bem em ti. Eras grande. Eras perfeito e pertencias apenas a quem realmente te amava.



sou uma imbecil.
Odeio-te de tanto gostar de ti.


(ups! o tempo apanhou-me!
Até à próxima)