10/01/2007

Efeito borracha

Às vezes tenho pena da vida não ser feita de papel.
Poder apagar devagar os pequenos erros,
Apagar com raiva os grandes,
E rasgar os imperdoáveis.

Gostava de marchar um pouco atrás, até ao dia em que o erro apareceu e eu olhei-o de lado.
Se fosse hoje, nem para ele tinha olhado.

Já me perguntaram várias vezes como se consegue, ironicamente, viver com ele.
Não faço ideia...
Penso que, talvez o melhor, seja sorrir! Sempre!
Sorrir porque nos sentimos tristes, sorrir por nos sentirmos fartos, sorrir porque já não nos sentimos sequer.
Quem me dera que a vida fosse feita de papel...
Nem que fosse reciclado. Que desse para rasgar!

Há livros que por mais bonitas que as suas capas sejam, por dentro não se definem...é tanto o vazio... e fazem-nos sentir horríveis, porque até lhes achámos piada (ao título, às cores) e fomos nós gastar dinheiro em vazios? Que gente estúpida...

Cada momento é um livro... cada livro tem a sua capa. Cada capa, pode ser um erro.
Mas a culpa do vazio não é do erro, é de quem o compra.

No comments: