9/19/2007

Contigo aprendi

Dedico-te a ti o tempo que irei escrever qualquer coisa sobre o que aprendi contigo.

Sabes, quando estavas aqui por perto e as horas que passámos a rir de qualquer coisa que achávamos ser inferior a nós, sentia-me como se me tivessem metido dentro de uma estufa de bem estar, onde não era preciso comida nem água, nem cuidados exagerados para te agradar.
As pessoas passavam pertinho de nós, lá fora, e nós continuávamos na mesma, como se não as vissemos. Não importava o tempo, o espaço, a paciência que se tinha para o resto. Não havia nada disso. O que havia era eu, tu e o espaço que nunca cheguei a entender se existia ou não.
Não senti nunca qualquer tipo de calor ou frio. Temperatura? Não existia. Eramos uns sacanas, insensíveis a tudo, tudo, tudo... excepto às horas. Não sei qual dos dois era o culpado pelo relógio ter a lata de deixar o tempo correr sem esperar por nada. Sabíamos que não iríamos estar assim por muito mais tempo (tu sabias, não sabias?), mas ocupámo-nos muito a fazer nada.

E agora, que já não estou contigo ao meu lado, a ver-me pestanejar e a olhar para ti sem ter vontade de falar porque "-As palavras não existem. És maior que elas...", penso no que aprendi contigo, mesmo que parados, quietos, mas bem.
E contigo aprendi tanta coisa... A estar calada, a ouvir-te calado, a saber sentir-te e a sentires-me. Aprendi a saber agarrar o tempo com as duas mãos e a devorá-lo, como seres medievais, sem pedirem licença para o fazerem. Aprendi também que nada faz sentido se o sentido natural de tudo não existir.

Mas gosto de te ter na minha vida. E isso aprendi sozinha.

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